As projeções das diferentes instituições oficiais para o crescimento do PIB real em 2016 evidenciam a existência de diferenças significativas entre os sucessivos exercícios de projeção. Em geral, as projeções realizadas até maio de 2016 apontavam para taxas de crescimento anual substancialmente superiores a 1,4%, sobrestimando o valor recentemente divulgado pelo INE (1,4%).
A previsão realizada pelo CFP em março de 2016 (1,7%) insere-se, assim, num contexto em que a informação então disponível sobre a economia portuguesa conduzia a previsões globalmente otimistas. Em contraste, as projeções realizadas entre junho e novembro de 2016 apontavam para taxas de crescimento anual em torno de 1,1%, refletindo, essencialmente, a incorporação dos dados entretanto divulgados pelo INE sobre o comportamento da economia portuguesa no 1.º e no 2.º trimestre do ano, os quais revelaram taxas de crescimento homólogo inferiores a 1,0%. A projeção realizada pelo CFP em setembro de 2016 (1,0%) insere-se num contexto de revisão em baixa da generalidade das projeções efetuadas pelas instituições oficiais.
A disponibilização da informação relativa aos 3.º e 4.º trimestres do ano revelou uma aceleração significativa da atividade económica (crescimentos homólogos de 1,7% e 2,0%, respetivamente), tendo este fator conduzido a uma revisão em alta das projeções realizadas de dezembro de 2016 em diante (ver Gráfico 8), aproximando-se a projeção média (1,3%) do valor divulgado pelo INE na sua publicação de 1 de março de 2017.
“Caixa 2 – Retrospetiva das projeções para o crescimento do PIB real em 2016”, originalmente publicada no Relatório 2/2017, “Finanças Públicas: Situação e Condicionantes 2017-2021”, de março de 2017.
Data da última atualização: 27/11/2023